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Acácio Santana (Covirán Portugal): “Um conjunto de associados se disponibilizara para o projeto-piloto da venda online, ainda este ano”

Acácio Santana (Covirán Portugal): “Um conjunto de associados se disponibilizara para o projeto-piloto da venda online, ainda este ano”

Desde a sua chegada a Portugal, a cooperativa Covirán adaptou o seu modelo empresarial às particularidades do mercado português, com um dos mais altos níveis de promoção na Europa. No ano passado, a Covirán somou cerca de vinte supermercados à sua rede comercial e abriu duas novas lojas do seu modelo "Covirán Plus". Alimarket Gran Consumo, coincidindo com a publicação da sua terceira análise do sector da distribuição alimentar em Portugal, entrevista Acácio Santana, diretor-geral da Covirán Portugal, que explica como a situação económica afeta o sector, bem como as suas perspetivas de crescimento no país.

Alimarket Alimentação: Após dois anos de mudanças no sector devido à pandemia, 2022 está a ser marcado por subidas de preços em grande parte devido à guerra na Ucrânia. Que medidas está a tomar para lidar com o novo contexto?

Acácio Santana: Temos desenvolvido uma proatividade com a indústria e com os nossos fornecedores, quer sejam multinacionais, nacionais ou até mesmo pequenos produtores, para tentar minimizar as inevitáveis subidas de preços provocadas pela inflação das matérias-primas, cujo valor é impactado também pelo aumento dos custos energéticos. Tendo em conta este cenário, e apesar de ter como consequência, uma clara diminuição de rentabilidade numa fase em que também as nossas lojas sofrem impactos significativos nas contas de exploração; mantemos uma dinâmica promocional ajustada às necessidades dos nossos clientes e reconhecemos que, apesar de todos os esforços de negociação e empenho por parte dos fabricantes e indústria, mesmo com promoções em alguns casos, determinados produtos afetados pela inflação, podem estar mais caros que em promoções em períodos anteriores. Um fator que nos tranquiliza, é que nestes últimos dois anos de pandemia ganhámos alguma flexibilidade e eficiência de processos, por isso, sentimo-nos com uma maior capacidade para lidar com estes momentos mais adversos.

A.A.: Portugal é um mercado altamente competitivo no sector da distribuição alimentar. Considera que se trata de um mercado estratégico para o Covirán?

A.S.: A Covirán em Portugal tem como missão dar todo o suporte de negócio aos retalhistas independentes que se associam a nossa cooperativa. A necessidade que os retalhistas portugueses tinham deste suporte prestado pela Covirán, proporciona que o nosso modelo de negocio obtenha bons resultados em Portugal dotando assim os nossos associados de ferramentas que permitem dar dar resposta a toda esta coocorrência que se faz sentir. Obviamente foi necessário todo um processo de adaptação aos hábitos comerciais do pais, nomeadamente de todo o sortido e também ao nível promocional que um dos mais elevados da Europa.

A.A.: Com a pandemia, o comércio eletrónico de alimentos cresceu exponencialmente. Tem planeado desenvolver esta modalidade de comércio?

A.S.: Atualmente e como complemento à venda em loja, temos entregas ao domicílio em algumas das nossas lojas. Encaramos o online como outro canal complementar para a venda, por isso, é um ponto presente nos planos da Coviran para Portugal e no qual já estamos a trabalhar, inclusive já contamos com um conjunto de associados que se disponibilizaram para fazer parte do projeto-piloto de arranque da venda online, ainda este ano.

A.A.: Em condições económicas desfavoráveis, a marca própria tem tradicionalmente experimentado um crescimento. No caso do Covirán, qual é o peso da marca própria?

A.S.: Dispomos de um portefólio com cerca de 1.200 produtos com a nossa marca e somos muito exigentes com a seleção de fornecedores, com os controlos de qualidade dos nossos produtos e com a seleção das matérias-primas utilizadas. Ao nível da venda em Loja, observamos que a marca própria tem vindo a assumir uma maior participação nas vendas. Esta participação está relacionada com a atividade promocional da marca de fornecedor, enquanto oportunidade de compra. Mas há também um conjunto de clientes já fidelizados aos produtos da nossa marca, porque esta lhes garante uma boa relação qualidade-preço.

A.A.: Em 2021 acrescentou à sua rede 21 pontos de venda entre aberturas diretas e a integração de lojas da concorrência. No primeiro semestre de 2022, tinha incorporado três estabelecimentos. Qual a previsão de aberturas para 2022 e para os próximos exercícios?

A.S.: As nossas expectativas são boas, mesmo em condições tão adversas como nos últimos dois anos, pequenos e médios empresários aderiram ao nosso projeto em Portugal. O crescimento da Covirán em qualquer região anda sempre de mãos dadas com os seus associados, empresários que conhecem em profundidade as necessidades de cada território e de cada cliente, bem como o sortido mais adequado e as características de cada população ou país. Esta é uma grande vantagem competitiva para nós e faz a diferença com outras marcas, pois facilita uma maior adaptação. Dentro da estratégia da Covirán, esteve sempre presente a sua expansão nos territórios onde existem retalhistas independentes interessados numa solução abrangente como a que oferecemos e, além disso, em Portugal somos a única empresa que oferece aos empresários o modelo cooperativo para gerir o seu supermercado.

Este ano, foram incorporados cinco supermercados localizados nos distritos de Lisboa, Porto e três em Faro. No entanto, a concretização destes projetos está muito dependente da atual situação conjuntural. Por vezes, as circunstâncias externas obrigam-nos a modificar o nosso objetivo, sob um critério de maior prudência. Também a incerteza face à evolução da economia e ao impacto na disponibilidade financeira dos portugueses, teve como consequência o adiamento de alguns investimentos por parte de alguns dos nossos Associados, mas temos já mais aberturas previstas e algumas destas, também ‘Coviran Plus’. Acima de tudo, queremos continuar a crescer tanto ao nível da abrangência territorial como ao nível da notoriedade junto do público.

A.A.: A insígnia ‘Coviran Plus’, semelhante ao novo modelo ‘Coviran 10’ desenvolvido em Espanha, já foi implementada em três estabelecimentos. Que projetos tem a cadeia para este modelo?

A.S.: Foi em 2020 que começámos a preparar o futuro, através da implementação deste novo modelo de loja intitulado ‘Coviran Plus’, que se assume como a evolução do supermercado tradicional tendo em conta a modernidade necessária hoje, para atuar com êxito num mercado cada vez mais exigente. São projetos de maior envergadura e de maior investimento, fazendo com que tenha sempre um ritmo bastante menor de aberturas que um ‘Coviran’ convencional. A nível de expansão da insígnia ‘Coviran Plus’, temos em curso mais três lojas que esperamos poder conseguir concretizar ainda este ano.

A.A.: Em termos de presença geográfica, a cadeia tem atualmente lojas em todo o território. Quais as zonas onde irá reforçar a sua presença?

A.S.: Contamos atualmente com cerca de 290 lojas espalhadas por todo o país. A estratégia da Covirán passa pela ocupação de todo o território português, razão pela qual também temos grande presença nas principais cidades e grandes centros urbanos. No entanto, também temos lojas em povoações mais pequenas, sobretudo em zonas interiores. Temos projetos em todo o pais, mas na zona centro e da Grande Lisboa e onde estamos a estudar mais viabilidades de lojas.

A.A.: Covirán tem três entrepostos em Vila do Conde, Algoz e Sintra. Pensa que estas plataformas serão apoio suficiente para a expansão da cadeia ou que serão necessários novos centros logísticos?

A.S.: O facto de estarem situadas justamente a Norte, Centro e Sul, permitem-nos uma rápida resposta a todas as nossas lojas. Atualmente as soluções logísticas a nível de distribuição capilar também dão uma boa resposta às nossas necessidades, o que nos leva a afirmar que atualmente temos a capacidade de resposta suficiente, ainda que temos vindo a fazer modernização das mesmas e alguns reforços, como por exemplo na área de frio negativo tendo as mesmas ainda possibilidade de aumentar o seu nível de produção.



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