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Acácio Santana, diretor da Covirán Portugal: "não será fácil dar mais dimensão à guerra de preços que vivemos em Portugal"

Entrevista a Acácio Santana, diretor da Covirán Portugal

Acácio Santana, diretor da Covirán Portugal: não será fácil dar mais dimensão à guerra de preços que vivemos em Portugal

A cooperativa de Granada Covirán celebra o seu décimo aniversário em Portugal, onde abriu 16 lojas no ano passado, tal como consta no informe publicado pela Alimarket sobre este mercado. Nesta década, a cadeia estendeu o seu modelo comercial aos 18 distritos do país e às regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Alimarket Alimentación ( alimentação en portugués) entrevista Acácio Santana, diretor da Covirán em Portugal. Nesta entrevista explica como a cadeia modificou os seus planos de expansão devido à crise sanitária e às mudanças nos hábitos de consumo. Além disso, fala sobre o desenvolvimento do comércio online e os desafios para o futuro.

Alimarket: Este ano a Covirán celebra o seu décimo aniversário em Portugal. Qual é o seu balanço desta trajetória?

Acácio Santana: O balanço é muito positivo, embora não nos pareça que tenham passado 10 anos. Os primeiros 3 foram dedicados à implementação do projeto, o modelo logístico. Na altura em que a Covirán iniciou a sua atividade em Portugal, implantámos o modelo logístico e de abastecimento às lojas e, depois, desenvolvemos o ponto de venda, construindo um modelo de negócio totalmente adaptado ao mercado e clientes portugueses, cuja expansão nos levou mais tempo do que inicialmente previsto. Tendo em conta que, desde há alguns anos, a Covirán Portugal é uma empresa completamente autossuficiente do ponto de vista económico e financeiro e que atualmente compete pela liderança no comércio de proximidade com grandes concorrentes, avaliamos a trajetória de uma forma positiva.

Contudo, a avaliação mais positiva não reside no trabalho que realizámos, mas no que ainda temos de fazer, sabendo que fomos capazes de criar as bases e condições necessárias ao longo destes anos para assumir que temos um modelo cooperativo bem-sucedido de supermercados de proximidade.

A: O ano de 2020 tem sido um ano difícil no qual a distribuição alimentar tem sido capaz de se adaptar à situação especial colocada pela pandemia. Como é que a crise sanitária afetou os planos de expansão da Covirán em Portugal?

A.S.: No primeiro semestre de 2020, creio que os planos de expansão foram afetados em todos os operadores como resultado do aumento da atividade e das crescentes restrições associadas à situação que temos vivido. Nesse período não fomos uma exceção, uma vez que nos concentrámos em dar a melhor resposta possível aos nossos sócios, que, por sua vez, estavam a fazer o mesmo com os nossos clientes. No segundo semestre do ano, apesar da incerteza económica, conseguimos aumentar o ritmo, terminando o ano com 16 novos supermercados, sendo uma das insígnias portuguesas com mais aberturas.

A: Como tem evoluído a procura dos consumidores ao longo do último ano? Acha que estas mudanças vão continuar no futuro?

A.S.: Os consumidores perceberam claramente que as lojas de proximidade, e as nossas em particular, evoluíram muito e são agora uma solução muito mais completa do que antes. Esta realidade significa que os clientes não têm tanta necessidade de ir a lojas maiores ou hipermercados, longe das suas casas. Os clientes perceberam a qualidade dos nossos produtos frescos, um sortido muito bem definido, com preços competitivos e uma atividade promocional tão agressiva como o resto do mercado. Um dos hábitos que mudou foi o número de visitas ao supermercado, com uma redução do mesmo, mas aumentando o gasto por compra em cada uma delas. Outra das tendências dos últimos quinze meses, com um crescimento significativo das vendas, é a expansão da carteira de clientes e a sua fidelização, juntamente com os clientes regulares.

A: O comércio eletrónico aumentou exponencialmente durante a pandemia. Que repercussão teve na sua atividade? A cooperativa planeia começar a vender online?

A.S.: Estamos a assistir a um aumento da procura de serviços de entrega ao domicílio e preparação de encomendas a recolher nas lojas, uma situação que demonstra uma maior necessidade de responder a la compra online. Pela nossa parte, vemos este canal, não como um adversário, mas como adicional. Estamos atualmente no processo de renovação do nosso software de ponto de venda, que inclui um novo módulo de vendas online. Vamos iniciar nos próximos meses um projeto conjunto com alguns dos nossos parceiros com venda online nas suas lojas.

A: Considera que a crise económica derivada da crise sanitária conduzirá a uma guerra de preços? Como pretende enfrentar o crescimento da concorrência?

A.S.: Existe de facto um risco de um aumento da pressão sobre os preços, mas há que reconhecer que Portugal é um dos países com promoções mais agressivas na Europa, uma situação que já foi observada nos últimos anos e que será difícil melhorar muito mais nesta linha. Os fabricantes e produtores também necessitam de um equilíbrio mínimo para manter a cadeia de abastecimento, especialmente em tempos de aumento das matérias-primas, como podemos ver nestes meses; portanto, não será fácil dar mais dimensão à guerra de preços que vivemos em Portugal. Pela nossa parte, estaremos atentos e trabalharemos como temos vindo a fazer até agora para manter o nosso bom nível de competitividade em relação aos principais operadores.

A: Quais acha que são os principais desafios a enfrentar nos próximos anos?

A.S.: O principal desafio é a fidelização dos clientes, uma vez que existem muitos operadores e muitas oportunidades. Pela nossa parte, procuramos apresentar ao cliente uma solução de valor com preços competitivos, e com uma das características mais importantes que nos distingue, a nossa atenção especial aos nossos clientes. Contamos também com o nosso programa de fidelização com descontos e ofertas, o nosso ‘Club Família’.

A: Quais considera serem os pontos fortes do seu modelo em comparação com outros retalhistas?

A.S.: Como não somos uma empresa cotada em bolsa e não temos como principal objetivo a maximização do lucro, focamo-nos inteiramente no fornecimento das melhores ferramentas e serviços para as nossas lojas, para que os nossos sócios, adicionando o seu valor e conhecimento local, consigam apresentar uma solução de valor ao cliente.

A Covirán é uma cooperativa que funciona como central de serviços, fornecemos muito mais do que vender mercadoria, fornecemos um modelo de negócio eficiente e rentável centrado no cliente, cujas condições permitem que vários dos nossos parceiros deem o passo de abrir uma segunda ou uma terceira loja com a Covirán. São os nossos melhores embaixadores e é a melhor prova do sucesso do modelo Covirán em Portugal.



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