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Sonae MC: “Já vimos chegar grandes operadores do setor a Portugal e permanecemos líderes”

Sonae MC: “Já vimos chegar grandes operadores do setor a Portugal e permanecemos líderes”

Alimarket Alimentação, coincidindo com o lançamento da sua base de dados sobre o sector da Distribuição Alimentar em Portugal, entrevista em exclusivo uma fonte oficial da Sonae MC -onde se integra a cadeia 'Continente'-, na qual detalha como o grupo tem enfrentado a crise sanitária e a sua opinião sobre as mudanças que pode gerar nos hábitos de consumo. Explica também os seus projetos de expansão a curto e médio prazo, o que a entrada da Mercadona no mercado português tem significado para o grupo e os desafios que o sector tem de enfrentar.

Alimarket: O que significa para o vosso grupo a entrada do Mercadona em Portugal?

Sonae MC: Respeitamos a concorrência, mas acreditamos muito na nossa proposta de valor, que combina uma posição competitiva muito forte com uma qualidade de operação que é uma referência a nível internacional. O mercado do retalho em Portugal apresenta já um grau de maturidade bastante elevado e o Continente tem a seu favor a experiência e o conhecimento que resultam de mais de três décadas de atividade no país. Ao longo destes anos, já vimos chegar grandes operadores do setor a Portugal e permanecemos líderes, o que demonstra a solidez da nossa marca, um argumento muito relevante num mercado bastante competitivo.

A: Qual é a vossa previsão de expansão para 2020 (número de lojas e zonas)?

Sonae MC: Temos o objetivo de abrir cerca de 50 a 60 lojas Continente Bom Dia, 4 a 8 lojas Continente Modelo e cerca de 150 lojas de formatos adjacentes durante o próximo triénio (2019-2021). A nossa expansão geográfica passará preferencialmente por localizações urbanas, em zonas residenciais e de elevado tráfego, procurando assim servir as necessidades de maior proximidade e conveniência dos nossos clientes.

A: Já se contemplou a internacionalização, por exemplo, com aberturas em Espanha?

Sonae MC: Neste momento, a marca não tem essa intenção.

A: Quais são os desafios que o sector da distribuição alimentar terá de enfrentar nos próximos anos em Portugal?

Sonae MC: A Distribuição Alimentar foi identificada como um serviço crítico pelo Governo e na Sonae MC –de que o Continente faz parte- estamos conscientes da nossa responsabilidade para com o país e para com os portugueses.

Em 2019, a Sonae MC reforçou a sua posição de liderança, apesar da forte competitividade no mercado. A empresa apresentou um crescimento recorde do volume de negócios de 9,2%, para €4.702 milhões, impulsionado pelo desempenho do parque de lojas comparável em todos os principais segmentos, formatos e categorias, mas também pela execução do seu plano de expansão, mantendo níveis de rentabilidade de referência. A área de saúde e bem-estar continua a ser uma importante via de crescimento e, em 2019, a aquisição de uma participação maioritária na Arenal marcou a entrada da empresa no mercado espanhol. Neste ano, que está a ser inédito para todos, acreditamos que a nossa relação com o consumidor sairá ainda mais reforçada, mais resistente e confiante no futuro.

Sabemos que num futuro próximo algumas famílias, e o país de forma genérica, poderão passar por tempos mais desafiantes, e nós continuaremos por cá – como desde há 35 anos – para ajudar quem mais precisa, da melhor forma que pudermos. Sempre houve uma preocupação do Continente em garantir a sustentabilidade e bem-estar das famílias portuguesas e das comunidades em que nos inserimos, e desta vez não será diferente.

A: Que ações estão a desenvolver para responder à situação provocada pelo Covid-19?

Sonae MC: A nossa preocupação passou por, numa primeira fase, tranquilizar os portugueses: Mostrar que não há falta de alimentos e que o nosso sistema de stock e aprovisionamento permite manter as lojas repostas e armazéns cheios, tentando evitar situações de açambarcamento, pois essas podem eventualmente causar constrangimentos na operação e Criar mecanismos de segurança nas nossas lojas que deem confiança a clientes e colaboradores, na hora de fazerem as suas compras, e dar a conhecer esses mesmos mecanismos.
Temos vindo a seguir atentamente as recomendações das autoridades nacionais e internacionais, nomeadamente da Direção Geral de Saúde estando dotado das políticas e dos mecanismos necessários para enfrentar a presença de COVID-19 em Portugal e temos delineado um plano de contingência, com vários cenários possíveis, que está a ser colocado em prática de acordo com a evolução da situação em Portugal, para segurança de todos.

Em termos de segurança, mantivemos os nossos horários para que todos possam realizar as suas compras em diferentes horários, evitando filas e concentrações de pessoas; estamos a limitar as entradas de clientes nas lojas (5 clientes por cada 100 m2); temos marcas para garantir distâncias de segurança entre os nossos clientes, que estão devidamente assinaladas nas lojas (por exemplo, junto aos balcões de atendimento e às caixas); oOs colaboradores receberam formação e recebem diariamente informação sobre regras básicas de proteção; reforçámos a segurança, higiene e limpeza dos locais de trabalho e de toda a loja, bem como a desinfeção de todos os carrinhos de compras e cestos; instalámos barreiras acrílicas de proteção nas caixas e balcões; verificamos a temperatura antes da entrada da loja e entrepostos; temos disponíveis doseadores com gel higienizante; e estamos a disponibilizar luvas e máscaras aos colaboradores (garantindo as boas regras de utilização), conforme recomendação da DGS, entre outras medidas.

A: Como evoluíram as compras online neste período de crise sanitária?

Sonae MC: Pelas suas vantagens competitivas óbvias, a procura pelo Continente Online chegou a sextuplicar entre março e abril, em comparação com o período homólogo. Até ao momento, o Continente Online tem realizado todos os esforços para conseguir dar resposta a este aumento da procura que, desde o início da pandemia, se concretizou na duplicação de capacidade de entregas diárias. Reforçámos a nossa estrutura tecnológica para melhorar a performance do site e da app em virtude do elevado volume de acessos.

A: Quais as principais acções que levaram a cabo para ajudar?

Sonae MC: Numa fase em que a economia nacional precisa de todo o apoio possível, alargámos a nossa rede de produtores nacionais através da integração de 40 novos membros no Clube de Produtores Continente (CPC), em apenas duas semanas, para ajudar os produtores portugueses no escoamento de produtos essenciais. E no primeiro trimestre o Continente comprou a estes membros mais de 71,3M€, um aumento de 5M€ face ao período homólogo. Com o mesmo objetivo, criámos a feira Queijos de Portugal que juntou mais de 30 produtores nacionais do sector e destacou dezenas de queijos tradicionais das regiões das Beiras, Alentejo, Açores, Estremadura, Minho e Trás-os-Montes, por exemplo.

Também desde a chegada do novo coronavírus a Portugal, a ‘Missão Continente’ (que representa a responsabilidade social da marca) já respondeu a vários pedidos de apoio, distribuindo milhares de bens alimentares, de higiene e EPIs (equipamentos de proteção individual) por dezenas de entidades em que se incluem hospitais, autarquias e instituições de solidariedade de todo o país, com o objetivo de ajudar não só os mais vulneráveis e em situação de doença, mas também profissionais de saúde e forças de segurança que continuam na linha da frente.
Um dos maiores exemplos da mobilização solidária promovida pela ‘Missão Continente’ é a campanha Nunca Desistir, que contou com o apoio da TVI, da Federação Portuguesa de Futebol, a NOS e o Santander, e de todos os portugueses que permitiram angariar mais de 630.000 €, além da doação de 150 t de produtos ‘Continente’. A campanha tem como propósito ajudar as famílias portuguesas que mais precisam, através da Cruz Vermelha Portuguesa e a Rede de Emergência Alimentar.

A: Como consideram que vai mudar a procura nos próximos meses?

Sonae MC: Registou-se uma maior afluência nas três primeiras semanas de março, mas a tendência foi estabilizar. A estabilização começou a verificar-se depois de muitas das famílias terem feito compras para algumas semanas, e, simultaneamente, ter sido reforçada a mensagem de que teríamos sempre as prateleiras com produto e não havia (nem há), por isso, necessidade de açambarcamento. Assim, perspetiva-se que a procura nos próximos meses possa confirmar as tendências de consumo que já se verificavam antes da pandemia. O período de confinamento tornou as compras online, além de uma solução altamente conveniente, em vários casos, uma necessidade. Assim, ao longo deste período, muitos Clientes experimentaram o serviço, e tiveram oportunidade de comprovar a sua conveniência, e a facilidade que acrescenta às rotinas diárias, o que poderá confirmar e acelerar a sua tendência de crescimento; a marca própria ‘Continente’ tem vindo a crescer nos últimos anos fruto do investimento que temos feito na qualidade dos nossos produtos, na oferta dos melhores preços, na inovação e variedade das gamas que oferecemos. Esta procura manteve-se durante este período de maior afluência, sem flutuações significativas, pelo que acreditamos que assim deverá continuar.



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