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Patro Contreras (Covirán): " O excesso de agentes num determinado território significa procurar outras estratégias".

Patro Contreras (Covirán):  O excesso de agentes num determinado território significa procurar outras estratégias.

Alimarket Alimentação entrevista Patro Contreras, presidente e CEO da cooperativa Covirán, coincidindo com o lançamento da nossa base de dados sobre a distribuição alimentar em Portugal e com a publicação especial sobre o sector publicada em junho. Falámos sobre os efeitos da chegada da Mercadona ao país, dos seus projetos de expansão para o mercado português e dos desafios que o sector tem de enfrentar.

Alimarket - O que significa para o vosso grupo a entrada da Mercadona em Portugal?

Patro Contreras: No nosso sector, tanto em Espanha como em Portugal, existem muitos operadores, com diferentes ofertas comerciais para os clientes. Não vamos avaliar nenhum deles, cada um tem a sua própria linha de atuação. É verdade que o excesso de agentes num determinado território significa procurar outras estratégias, modernizando continuamente os estabelecimentos, oferecendo propostas mais personalizadas e experiências gratificantes para os clientes.

Portugal sempre teve um nível de concorrência muito elevado e com operadores de alto nível; é sem dúvida um dos mercados mais concentrados da Europa. Desde que chegamos ao país, definimos bem o nosso modelo de proximidade, detalhista e com uma adaptação ao mercado e aos clientes portugueses, e continuamos o nosso caminho, conscientes de que é um modelo que nos tem dado o nosso espaço e que nos permitirá continuar a aumentar a quota no nosso canal. Neste momento, somos o segundo grupo em Portugal no modelo de proximidade, supermercados com menos de 300 m2 de área de venda.

A: Qual é a vossa previsão de expansão para 2020?

P.C.: Inicialmente tínhamos planeado aproximadamente 40 estabelecimentos. Com a pandemia e as dificuldades para qualquer atividade, alguns destes projetos sofreram algum atraso, mas todos eles continuam ativos e estão a ser implementados. Um dado importante destas novas lojas é que são aberturas dos nossos atuais associados, ou seja, segunda ou terceira abertura do mesmo associado que, com o apoio da nossa estrutura em Portugal, são encorajados a continuar a investir e a expandir os seus negócios, sendo esta uma prova clara de que o nosso modelo funciona e é sustentável.

A: Que desenvolvimento prevê para a insígnia "Coviran Plus" no país?

P.C.: Temos previstas mais cinco lojas. Este é um modelo de loja com um nível de investimento considerável e que também requer outro nível de gestão. São projetos que necessitam de mais tempo, mais formação e um elevado nível de empenho de todos.

A: Quais são os desafios que o sector da distribuição alimentar terá de enfrentar nos próximos anos em Portugal?

P.C.: Em Portugal, o PIB poderia cair perto de 6,5% este ano e a taxa de desemprego superar os 10%, embora a incerteza seja particularmente elevada, especialmente no que diz respeito à duração das restrições impostas e ao seu impacto por sector. A recessão global é inevitável como resultado das medidas de contenção implementadas para travar a propagação do coronavírus. Este é um choque de natureza global com efeitos negativos muito marcados e elevada incerteza. Tudo isto se refletirá nas compras dos portugueses; na escolha do supermercado, sortido, quantidade, etc., e também se refletirá na localização da loja. Os supermercados localizados em zonas turísticas e em praias vão sofrer com a falta de turistas, clientes que fazem as suas compras todos os anos nesse local. Na parte promocional, em Portugal a venda em promoção é a mais elevada da Europa e, sem dúvida, aumentará ainda mais.

No nosso caso, uma vez que enfrentámos a crise anterior, ofereceremos o melhor serviço e adaptar-nos-emos plenamente às necessidades do cliente, sempre perto das suas casas. Consideramos que um modelo cooperativo como o nosso é a melhor solução para as pequenas e médias empresas deste sector, pois estas encontram na Cooperativa um centro de compras e, ao mesmo tempo, um centro de serviços a partir do qual podem obter todas as ferramentas para ter um supermercado rentável e competitivo; além disso, nos últimos anos, o nosso formato de proximidade está a responder melhor do que outros, pois adapta-se e consegue responder mais rapidamente às necessidades do cliente atual.

A: Que ações estão a desenvolver para responder à situação provocada pelo Covid-19?

P.C.: Covirán, desde o início desta crise sanitária, implementou uma série de ações para assegurar o funcionamento dos supermercados, o cuidado de saúde dos trabalhadores e o serviço aos clientes, adaptando os procedimentos, de acordo com a evolução do coronavírus em geral e em cada zona geográfica específica. Em Portugal, foram implementadas as recomendações da DGS (Direção Geral de Saúde) e o plano de contingência que criámos para um cenário desconhecido. A estas acrescentámos outras ações preventivas adicionais, tais como a separação das equipas nas plataformas de distribuição ou isolando os turnos.

Do ponto de vista operacional, trabalhámos de forma extraordinária na preparação e expedição das mercadorias e aumentámos o número de funcionários nas secções que o exigiram, com um modelo logístico semelhante aos tempos específicos de vendas mais elevadas, como o Verão e o Natal. Conseguimos dar uma resposta muito boa aos clientes e à sociedade em geral nos dias críticos em que parecia que os alimentos estavam a acabar, mantendo o abastecimento dos supermercados e contribuindo assim para dar tranquilidade aos clientes e à sociedade em geral.

A: Como consideram que vai mudar a procura nos próximos meses?

P.C.: A procura já mudou muito, notou-se uma clara transferência do consumo habitual da hoteleira e da restauração para as famílias. Um exemplo tem sido o aumento da venda de café em cápsulas, pois havia uma tradição profundamente enraizada de beber café em restaurantes e cafés e agora é bebido em casa. Acreditamos que esta situação irá continuar nas próximas semanas, embora vá diminuir progressivamente à medida que estes estabelecimentos forem abrindo novamente. Outra das mudanças experimentadas nestes meses foi o aumento da compra média e de novos clientes, graças ao nosso modelo de proximidade, que nos permite estar perto dos domicílios, com as medidas de segurança para que os clientes possam fazer as suas compras na totalidade devido ao amplio sortido disponível.



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